sábado, 29 de março de 2008

O Fluminense volta a incomodar!

Toda vez que o Fluminense arma uma equipe de categoria superior a dos demais clubes do Rio, em especial Vasco e Flamengo, começam a pipocar aqui e ali notícias desabonadoras com o objetivo tácito de tentar desestabilizar as hostes tricolores.

São manobras na justiça, declarações estapafúrdias de pessoas não tão ilibadas assim e reportagens parciais e mentirosas, editadas por jornalistas, alguns sabidamente torcedores da urubuzada.

Caros tricolores, não devemos nos levar por essas ilações maldosas, porque no frigir dos ovos, a grande maioria dos clubes se beneficiou ou se beneficia com articulações que, de alguma forma, lhe trazem benefícios. Quatorze pênaltis a favor em treze jogos, como ocorreu no atual campeonato estadual, é uma conta, no mínimo, estranha.

Juizes trabalhistas, travestidos de torcedores, julgam com um objetivo mais ou menos direcionado. O caso do Leandro Amaral é um exemplo típico. É claro que existe a clausula de renovação automática. Não se pode negar, ela está lá. Mas por que será que os ilustres julgadores não se deram ao trabalho de usar a sua criatividade para ver que a cláusula é tão leonina que, mesmo para qualquer leigo, fica claro a má fé usada na ocasião de sua concepção. A conivência do procurador do atleta, que chegou, inclusive, a depor a favor do clube, contra o seu representante é uma prova cabal de salário recebido sem a mínima ética, pois afinal de contas o procurador trabalhava contra seu representado, que era quem lhe pagava.

Agora, um juiz, provavelmente torcedor de um dos times do mal, vem a público dizer que a manutenção de Fluminense e Bragantino no Campeonato Brasileiro de 1997 representou uma "violação ao correto desenvolvimento do futebol brasileiro, uma ofensa direta ao patrimônio cultural brasileiro".

Por que não se preocupar com outros acontecimentos de conhecimento geral, inclusive com escândalos de suborno, envolvendo o presidente da comissão de arbitragem?

Para sua orientação, Excelentíssimo Juiz, na edição de 1993 do Campeonato Brasileiro, seu regulamento previa que deveriam ser rebaixados os dois últimos colocados do Campeonato de 1992, Náutico e Paysandu; bem como promovidos apenas o campeão e o vice da Série B do ano anterior, Paraná e Vitória. No entanto, como o Grêmio só conseguiu se classificar em 9º lugar na Série B, a CBF resolveu "virar a mesa", decidindo que subiriam 12 clubes, e que nenhum seria rebaixado. Não houve Segunda Divisão em 1993 e o Campeonato Brasileiro de Futebol voltou a ser inchado e desequilibrado por mais uma década.

Meritíssimo, foram dez os beneficiados. Esse inchaço deveria representar uma "violação ao correto desenvolvimento do futebol brasileiro, uma ofensa direta ao patrimônio cultural brasileiro" numa escala muito maior. O fato de não ter sido assim considerado só pode ser explicado por uma excessiva paixão clubística.

Existem outros tantos casos, alguns dos quais muito bem descritos pelo jornalista João Marcelo Garcez, no blog do torcedor tricolor, transcritos a seguir, para sua reflexão.

No conturbado Campeonato Brasileiro de 1999, Botafogo e Internacional-RS ganharam pontos no tapetão, que impediram o descenso da dupla à Segunda Divisão do futebol nacional.

Em 1989, a CBF tirou cinco pontos do Coritiba porque na última rodada do Brasileiro o time paranaense não foi a campo na hora determinada pela entidade. O Santos foi beneficiado com a decisão e escapou de ser rebaixado.

O regulamento do Campeonato Brasileiro de 1986 previa, para a primeira fase, que os seis primeiros colocados de cada chave avançassem à etapa seguinte. Como Vasco e Botafogo não tiveram competência para se classificar, inúmeras manobras foram tramadas pela CBF e pelo próprio Vasco, como a retirada de pontos do Joinville-SC e a tentativa descabida de eliminação da Portuguesa-SP. Resultado: o regulamento foi alterado com o campeonato em curso e mais oito clubes foram incluídos na segunda fase da competição. Uma "mancha" para o futebol brasileiro.

Em 1974, a decisão do Campeonato Brasileiro, conforme determinação do regulamento, deveria ser realizada no estádio do clube que tivesse melhor campanha. Com quatro pontos a mais do que o Vasco, o Cruzeiro teria o direito de jogar em Belo Horizonte. Teria. Porque o Vasco alegou falta de segurança no Mineirão. E o que fez a CBD (atual CBF)? Acatou o pedido do clube carioca, tirando a partida de Minas Gerais, levando-a, acredite, para o Rio de Janeiro.

Posto isso, uma pergunta se faz oportuna: como o Meritíssimo definiria as manobras ocorridas em 1999, 1989, 1986 e 1974 (entre inúmeras outras aqui não mencionadas)?

A Justiça tarda. E falha.

***

Em 1996, rebaixar as duas agremiações com fortes suspeitas de resultados arranjados é o mínimo que poderia se esperar da CBF, que mesmo assim manteve Corinthians e Atlético Paranaense na Série A.

Pra quem não se lembra, à época, o diretor da Comissão Nacional de Arbitragem (Conaf), Ives Mendes, envolveu-se num escândalo de suposta venda de resultados com os presidentes de ambos os clubes citados.

Consumado o rebaixamento tricolor, o Jornal dos Sports publicou uma declaração de Petraglia, então presidente do clube paranaense, dada em roda de amigos a rodadas do fim da competição. "Está tudo certo. O Fluminense vai cair" (o acervo do JS está aí para não me deixar mentir). Esse caso, no conceito do Meritíssimo, esteve "longe de manchar a imagem do futebol brasileiro".

Diante de tamanho descalabro, onde estaria o absurdo em manter o Flu na elite do Brasileiro de 1997? Com a palavra o juiz torcedor.
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Nota: A transcrição das informações postadas no blog do torcedor foi autorizada pelo próprio João Garcez, a quem agradeço a gentileza. Por oportuno, recomendo aos amigos tricolores, cansados das notícias destorcidas, produzidas por jornalistas da urubuzada, a leitura habitual do blog do torcedor tricolor, no site globo.com

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